segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

PI tem longas filas e agências lotadas com volta de médicos peritos do INSS

Longas filas se formaram nas agências do INSS no Piauí  (Foto: Ellyo Teixeira/G1)Agência central do INSS no Centro de Teresina registrou longas filas (Foto: Ellyo Teixeira/G1)
Longas filas e agências lotadas foram registradas nesta segunda-feira (25) com a volta dos médicos peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) ao trabalho no Piauí. Com os quatro meses de greve, cerca de 32 mil procedimentos foram reagendados no estado, segundo a Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social (ANMP).
Apesar de retornar às atividades, a categoria permanece em estado de greve, o que significa que será mantido apenas o atendimento prioritário para quem vai fazer a primeira perícia para dar entrada a algum tipo de benefício. A expectativa, segundo a superitendência do órgão no Piauí, é de que esses atendimentos só sejam normalizados no final desse semestre.
Carlos Augusto Viana, superintendente no Piauí (Foto: Ellyo Teixeira/G1)Carlos Augusto Viana, superintendente do
INSS no Piauí (Foto: Ellyo Teixeira/G1)
“Somente em Teresina são seis agências, sendo que cinco delas fazem atendimento ao público e uma realiza atendimento jurídico. Durante a greve, 32 mil procedimentos foram reagendados em todo o estado. Com a volta dos peritos ao trabalho, todos os postos estão superlotados e estamos dando prioridade àquelas pessoas que estão procurando o benefício pela primeira vez”, afirmou.
Dona de casa Carla Ferreira  (Foto: Ellyo Teixeira/G1)Dona de casa Carla Ferreira (Foto: Ellyo Teixeira/G1)
A dona de casa Carla Ferreira esteve na agência do INSS da Rua Areolino de Abreu, no Centro de Teresina. Inconformada com a falta de atendimento e informação, a mulher chegou a chorar e implorar para que o caso do marido, que está com câncer de pulmão, seja resolvido.

“Já procuramos o INSS várias vezes e nunca resolveram nada. Meu marido de 62 anos está com câncer, sem trabalhar e, consequentemente, sem receber. Todas as vezes que procuramos atendimento os funcionários diziam que não poderíamos ser atendidos em Teresina, somente em Parnaíba porque a nossa documentação é de lá. Só que meu marido faz quimioterapia em Teresina e não tem condição de ir para o litoral só para fazer isso”, relatou a mulher.

Outro que estava inconformado com a situação foi o motorista Evaristo Gomes dos Santos, de 41 anos. O homem tem hérnia de disco e precisou de uma cirurgia em outubro do ano passado e teve a necessidade sair de licença do trabalho. Passados três meses ele contou que nunca recebeu nenhum tipo de benefício e muito menos fez a perícia.

“Durante esse tempo estou sem trabalhar, sem receber e muito menos foi atendido. Acho uma falta de respeito com o povo brasileiro. Agora quero ser atendido pelo menos para retornar ao trabalho, mas mesmo assim está difícil. Muitas pessoas assim como eu precisam ser atendidas. Não sei nem quando vou resolver minha situação”, relatou.

No Piauí, são 32 agências e 57 médicos peritos atuam no estado. A greve (a mais longa da categoria) foi iniciada no dia 4 de setembro do ano passado. Mais de 2 milhões de perícias deixaram de ser feitas desde então em todo o país, segundo a associação que representa os trabalhadores. O INSS fala em 1,3 milhão.
G1

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